domingo, 31 de janeiro de 2010

The mommy problem

Uma das analogias mais interessantes da política americana é a comparação do eleitorado e dos partidos políticos com uma criança e os seus pais. Nesta visão, as necessidades dos cidadãos americanos são equiparadas às necessidades de uma criança e ao progenitor, ao qual esta recorre para as resolver.

Assim, o Partido Democrata representa a mãe e o Partido Republicano o pai. Isto porque, quando os eleitores se preocupam com emprego, educação ou saúde, se viram para os Democratas, da mesma forma que os filhos procuram as mães para resolver problemas desta ordem. Por outro lado, quando estão mais preocupados com a insegurança e temas da ordem da Defesa e da Segurança Nacional, os cidadãos tendem a confiar mais nos Republicanos, como uma criança que procura a figural paternal quando necessita de protecção.

Verifica-se, então, uma antiga e bem implementada tendência dos americanos considerarem os Republicanos mais competentes em matérias de Defesa e Segurança Nacional, enquanto os Democratas têm a fama de serem soft on terror, crime and security. Esta propensão, apesar de infundada (mais tarde, hei-de escrever detalhadamente sobre isto), leva a que os políticos do GOP façam campanha e baseiem muito a sua mensagem nestes temas, de modo a conseguirem pontos políticos e vitórias sobre os Democratas. É o chamado mommy problem para o Partido Democrata.

Agora, a vítima é Obama, que está a rever a sua decisão de julgar cinco alegados conspiradores envolvidos no 11 de Setembro, em Nova Iorque, perto da cena do crime. O facto destes suspeitos irem ser julgados em tribunais civis tem sido alvo de forte oposição, não só por parte dos Republicanos, mas mesmo dos nova-iorquinos que temem pela sua segurança e pelo elevado custo destes julgamentos.

Esta polémica permite ao GOP trazer à baila um dos temas em que o eleitorado o favorece: a guerra ao terrorismo e, mesmo tempo, recria uma das maiores dificuldades dos Democratas: o mommy problem.

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