segunda-feira, 14 de junho de 2010

Daniels vs Huckabee: a antecâmara de 2012

A luta pela nomeação presidencial do Partido Republicano ainda não começou (pelo menos oficialmente), mas já há cisões entre dois potenciais candidatos a destronar Barack Obama da Casa Branca: Mike Huckabee e Mitch Daniels.
Huckabee, antigo governador do Arkansas e o candidato presidencial republicano que, em 2008, mais tempo resistiu à caminhada triunfal de John McCain, tem sabido manter-se debaixo dos holofotes mediáticos, com vista, talvez, a uma nova corrida presidencial em 2012. Já Mitch Daniels é um dos dark horses com melhores hipóteses de se intrometer com sucesso na luta pela nomeação do GOP, pois é um republicano moderado a nível social, com boas credenciais nas matérias económicas, com experiência executiva e que apresenta excelentes índices de popularidade no seu Estado.

Os dois proeminentes republicanos mantiveram uma relação pacífica até à semana passada, quando Daniels apontou a necessidade de o próximo presidente declarar tréguas em relação à discussão em torno de assuntos sociais, para dar prioridade às questões económicas. Porém, Huckabbe, um dos baluartes do conservadorismo social, veio publicamente discordar desta posição do seu colega de partido, catalogando Daniels como um dos republicanos que vêem os eleitores que priveligiam os valores tradicionais como sendo "single-minded".

Esta discórdia antecipa o debate entre duas facções do GOP que irão estar frente a frente nas primárias de 2012. De um lado, a ala mais conservadora, que poderá apresentar candidatos como o próprio Huckabee ou Sarah Palin, e que darão especial atenção e destaque aos assuntos sociais, como o aborto, os valores familiares ou o combate ao crime . Do outro lado, a ala mais moderada, de onde poderão sair concorrentes como Mitt Romney, Tim Pawlenty ou Daniels, e que prefirão abordar os problemas económicos que o país atravessa ou o aumento do tamanho e do peso do governo federal liderado por Obama.

Apesar de as primárias republicanas terem como alvo primordial o eleitorado mais conservador, o que, aparentemente, favorece os candidatos mais à Direita no espectro político, a história diz-nos que os eleitores do GOP costumam ser bastante pragmáticos no momento de escolherem o seu nomeado. Assim, no actual clima político e económico, parece-me que o segundo grupo terá bastantes mais hipóteses de conseguir pôr em perigo um segundo mandato do actual presidente.

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