quarta-feira, 13 de outubro de 2010

As estrelas democratas entram em acção

Apesar de o actual clima político ser extremamente desfavorável aos democratas, é preciso ter em conta que estes partem com uma importante vantagem sobre os seus opositores republicanos, para a época decisiva da campanha eleitoral: as suas estrelas. Nomes como os de Michelle e Barack Obama, Joe Biden, os Clinton ou Al Gore são sempre importantes assets com que os candidatos democratas podem contar quando necessitarem de elevar o seu perfil político, de atraírem multidões aos seus eventos ou, porventura o dado mais importante, de angariarem dinheiro.
Além de serem muitas, estas personalidades têm ainda a vantagem de se complementarem e atraírem diferentes grupos do eleitorado. Joe Biden, por exemplo, é uma boa "arma" para seduzir os blue collar workers. Bill Clinton, por seu lado, continua a ser muito popular, particularmente entre os democratas rurais, que sempre apreciaram a sua governação centrista. Michelle Obama, que actualmente é extremamente popular nos Estados Unidos (bem mais que o seu marido) já entrou no trilho da campanha, apoiando os candidatos democratas que muito têm a ganhar ao associarem a sua imagem à da Primeira-Dama. E mesmo Barack Obama, que não goza, hoje em dia, de grandes índices de popularidade, será sempre decisivo em algumas eleições, em especial naquelas em que os afro-americanos constituem uma parte considerável do eleitorado.
Já no lado republicano apenas Sarah Palin goza de um estatuto de estrela comparável (e provavelmente até superior) ao das grandes figuras democratas. Contudo, essa fama apenas pode ser utilizada em algumas corridas, já que grande parte do eleitorado americano tem dela uma opinião desfavorável. Depois, os outros pesos pesados do GOP não são mais-valias eleitorais para o partido, como são os casos de George W. Bush e Dick Cheney, ainda "queimados" junto dos cidadãos, após oito anos na Casa Branca, ou de Arnold Schwarnegger, altamente impopular na Califórnia e que, de qualquer forma, teima em distanciar-se da plataforma do GOP, como o seu recente apoio ao  independente Charlie Crist, na corrida para o Senado na Florida, o indica.

Contudo, a proeminência de algumas das figuras de topo do Partido Democrata também pode jogar a favor dos republicanos. Um dos principais lemas da política americana diz que all politics are local. Este ano, porém, os republicanos parecem querer desmentir esta máxima, pois ao invés de centrarem as atenções nos temas locais e específicos de cada corrida, têm-se concentrado em fazer das intercalares de Novembro um referendo à governação de Obama na Casa Branca e da liderança democrata no Congresso. Assim, a speaker Nancy Pelosi tem sido uma das principais visadas pelas campanhas republicanas, que tentam associar os candidatos democratas à polémica e liberal líder da Câmara dos Representantes.

À medida que se aproxima o momento da decisão, as grandes personalidades políticas dos Estados Unidos envolvem-se na campanha, seja por sua livre vontade, apoiando os candidatos do seu partido, ou por iniciativa de terceiros, que o fazem para prejudicar o seu adversário. De qualquer forma, no dia 2 de Novembro veremos que estrelas brilharão mais intensamente, se as democratas, se as republicanas.

2 comentários:

  1. NÃO HÁ NINGUÉM QUE CONVIDE ESTE JOVEM A FAZER COMENTÁRIOS POLÍTICOS AMERICANOS NA TV?

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