segunda-feira, 8 de novembro de 2010

2012: A luta vai começar

Ultrapassadas que estão as eleições intercalares, as atenções viram-se já para o próximo ciclo eleitoral, em 2012, que terá como maior ponto de destaque a eleição presidencial, onde Barack Obama disputará a reeleição com um concorrente republicano, que, por sua vez, terá de lutar pela nomeação nas primárias do seu partido. Com os caucus do Iowa, o primeiro momento das primárias presidenciais, a apenas 14 meses de distância, é de prever que as hostilidades na disputa pela nomeação republicana se iniciem a qualquer momento.
É grande o leque de nomes que se afiguram como potenciais desafiadores de Barack Obama na eleição geral. Apesar de todos irem lutar pelo mesmo objectivo (a nomeação pelo GOP), os candidatos podem ser divididos em dois grandes grupos, o que deve levar a que, no final, a disputa se resuma a um representante de cada um deles. Assim, de um lado, temos os candidatos ditos insurgentes, que apelam às franjas mais conservadoras do Partido Republicano e que contarão com o apoio entusiasta dos Tea Party. Nomes como Sarah Palin, Mike Huckabee podem ser porta-estandartes desta facção no interior do GOP. No outro lado, estarão os concorrentes conotados com o establishment republicano e que apelarão às alas mais moderadas do partido. Este grupo poderá ter representantes como Mitt Romney, Tim Pawlenty ou Mitch Daniels.
O eleitorado do GOP tem a fama de ser bastante pragmático nas suas nomeações presidenciais, escolhendo, por norma, o candidato com as melhores possibilidades de ser bem sucedido na eleição geral. Porém, como se viu no ciclo eleitoral deste ano, os movimentos Tea Party conseguiram ganhar uma importante influência no processo de nomeações do Partido Republicano. Se esse fenómeno se mantiver em 2012, isso poderá significar que a escolha recaia, por exemplo, em Sarah Palin, o que, diga-se, seria um autêntico desastre para os republicanos e uma dádiva para Barack Obama.
Mas Obama tem, também, com que se preocupar relativamente à sua posição no Partido Democrata. Muitos rumores têm surgido que indicam a vontade de alguns grupos mais liberais em desafiar o Presidente pela sua esquerda, apresentando uma candidatura que represente, do seu ponto vista, os verdadeiros valores progressistas. Howard Dean, candidato presidencial em 2000, antigo governador do Vermont e um verdadeiro herói para a esquerda americana, é um dos nomes mais falados, apesar de já ter recusado tal hipótese. Ainda a ameaçar Obama está um possível avanço de Michael Bloomberg, o actual Mayor de Nova Iorque, seja nas primárias democratas ou na eleição geral, como independente.
As eleições presidenciais de 2012 prometem, então, ser muito interessantes e disputadas. Barack Obama ainda é, a meu ver, favorito a conseguir um segundo mandato. Todavia, muito dependerá de quem os republicanos nomearem para a eleição geral e do sucesso da Casa Branca em "limpar" as primárias democratas de eventuais desafiadores internos. Estas e muitas outras dúvidas irão persistir durante os próximos dois anos, até ao dia 6 de Novembro de 2012, quando os americanos escolherem o seu novo (ou o mesmo) presidente.

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