quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Yes, he (still) can

Nos últimos tempos, e em especial desde a estrondosa derrota democrata nas eleições intercalares do mês passado, muitas vozes se têm levantado a vaticinar que Barack Obama não será capaz de garantir a reeleição em Novembro de 2012. Contudo, ainda é muito cedo para fazer tais previsões e, além disso, Obama não está assim em tão más condições para disputar as próximas eleições presidenciais.
É verdade que os índices de aprovação do trabalho de Obama desceram para valores negativos em 2010 e aí se têm mantido durante os últimos meses, sem grandes alterações. Porém, as mesmas sondagens indicam que os americanos continuam a gostar de Obama como pessoa, como o provam as suas taxas de favorabilidade, constantemente acima dos 50%. Mais, o meio de um primeiro mandato presidencial é, tradicionalmente, um período complicado para um Chefe de Estado norte-americano. Aliás, se compararmos a taxa de aprovação de Obama na Gallup com as de Ronald Reagan e Bill Clinton em iguais períodos da sua sua presidência, vemos que o 44º presidente dos Estados Unidos até sai a ganhar: 45% contra 41%. E, ainda por cima, Obama tomou as rédeas do seu país no meio da maior crise económica dos últimos 80 anos, o que dificultou (e de que maneira) a sua missão.
Mas, por outro lado, a grave recessão que assola a América e o mundo até pode, pelo menos em parte, ajudar o Presidente a ser reeleito, já que, em tempos difíceis, é possível que os eleitores prefiram apostar na continuidade, mantendo o Barack Obama na Casa Branca por mais quatro anos, ao invés de colocarem uma figura menos conhecida ao leme do país. É um pouco a lógica do ditado que diz: "better the devil you know than the devil you don't". 
Nesse sentido, o leque de potenciais candidatos republicanos também parece dar vantagem a Obama. Quando as sondagens fazem os habituais match-ups com os principais nomes que deverão lutar pela nomeação do GOP, o sitting president surge sucessivamente à frente. Outro aspecto que pode favorecer Obama é a crescente influência dos movimentos Tea Party e da ala mais conservadora republicana nos processos de nomeação do partido, como se viu em variados casos das recentes eleições intercalares. Assim, é bem possível que o nomeado republicano para 2012 seja um político demasiadamente conservador para o eleitor norte-americano médio, ou seja, alguém como Sarah Palin, que Obama venceria sempre com grande facilidade. Da mesma forma, alguns políticos republicanos moderados, e que podem ser mais perigosos para Obama, como Mitt Romney ou Tim Pawlenty, são capazes de ter a vida dificultada para vencerem nas primárias republicanas.
Quero com isto dizer que a derrota de Obama em 2012 não é algo inevitável. Todavia, também não é certo que conseguirá a reeleição. A toldar-nos a visão ainda subsistem muitas dúvidas e questões por resolver, como a situação económica dos Estados Unidos daqui a dois anos, o candidato apresentado pelo Partido Republicano e a estratégia da campanha de Obama, entre muitos outras. Para já, apenas uma certeza: a corrida será apaixonante!

2 comentários:

  1. As primeiras sondagens para 2012 são muito positivas para Obama, perante qualquer candidato republicano
    http://casabranca2008.blogspot.com/2010/12/observatorio-2012-i.html

    Um abraço, continuação de bom trabalho

    ResponderEliminar