segunda-feira, 30 de maio de 2011

O enigma Sarah Palin

Com o campo de candidatos presidenciais republicanos praticamente definido, a maior dúvida que ainda subsiste é se Sarah Palin irá ou não concorrer à Casa Branca. Tendo sido a candidata à vice-presidência nas últimas eleições, seria normal que fosse a frontrunner na disputa pela nomeação. Contudo, com Sarah Palin nada é como o habitual e a sua demissão do cargo de Governadora do Alasca condenou (ou assim se pensava) o futuro da sua carreira política.
2011 não tem sido um bom ano para Palin e os seus números nas sondagens baixaram para valores ainda mais negativos. Esse facto aliado à sua postura mediática parecia indicar que a Mamma Grizzly não entraria na corrida. Todavia, nos últimos tempos, surgiram novos dados que parecem indicar que Sarah poderá estar mesmo a pensar candidatar-se. Primeiro, foi o lançamento do seu novo site, uma ferramenta que lhe permite agregar os contactos dos seus apoiantes. Depois, a confissão de que tinha o desejo de concorrer à presidência e as notícias da compra de uma casa no continente (mais precisamente no Arizona), um requisito fundamental para uma campanha eleitoral, tendo em conta a perifericidade do Alasca. Na semana passada, chegou o mais recente indicador, com o anúncio de uma espécie de tournée pela Costa Leste, onde constará uma visita ao crucial Estado de New Hampshire.
A verdade é que os últimos desenvolvimentos na corrida têm-lhe sido favoráveis, em especial a desistência de Mike Huckabee, que libertou um grande grupo do eleitorado que poderá estar bastante propenso em apoiar Palin. Isso mesmo tem sido reflectido pelas últimas sondagens, que voltaram a colocar Sarah na dianteira, apenas atrás de Mitt Romney. Além disso, sem Huckabee, Palin passa a ser uma das favoritas a vencer no Iowa, o primeiro dos Estados a votar nas primárias.
A seu favor, Palin tem o facto de ser uma figura reconhecida a nível nacional e de possuir uma abnegada legião de seguidores, o que lhe permite esperar para ver e, se for esse o seu desejo, entrar na corrida mais tarde do que seria necessário para um candidato "normal". De qualquer forma, as intenções de Sarah Palin não são ainda claras e o mais provável é que nem mesmo a própria já tenha chegado a uma decisão em relação ao seu futuro político.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

A recuperação democrata

2009 e 2010 foram péssimos anos para o Partido Democrata, derrotado em várias eleições, que lhe custaram o controlo da Câmara dos Representantes, a maioria à prova de fillibuster no Senado e ainda vários governos estaduais. Contudo, nas últimas semanas têm surgido alguns indicadores que apontam para uma recuperação democrata junto do eleitorado e, em sentido inverso, para a perda de popularidade do Partido Republicano.
Quando o congressista republicano, Paul Ryan, Presidente da Comissão do Orçamento, anunciou o seu plano para o défice, as suas ideias para o Medicare, o programa de saúde federal de apoio aos idosos, prevendo a sua gradual privatização, provocaram uma espécie de terramoto político. Ora, o "ataque" de Ryan a um dos programas mais populares do governo federal americano foi uma verdadeira prenda oferecida pelo GOP aos democratas, que imediatamente fizeram da defesa do Medicare o seu principal talking point.
Pelos vistos, a estratégia está a resultar, já que nas sondagens relativas ao voto nacional para a Câmara dos Representantes os democratas já desalojaram os republicanos da liderança. O bom momento democrata ficou provado esta semana, numa eleição especial para um lugar na Câmara dos Representantes por Nova Iorque, onde o candidato democrata saiu vencedor, num distrito normalmente considerado seguro para os republicanos (porém, o concorrente republicano foi prejudicado pela presença de um candidato representante do Tea Party, que lhe terá retirado alguns votos).
Com base no momentum adquirido, o DCCC (o comité democrata responsável pelas campanhas para o Congresso) prepara uma forte aposta nas eleições de 2012, prevendo atacar 97 lugares actualmente na posse de congressistas republicanos. Ainda assim, 2012 não deverá ser uma wave election, como foram as de 2006 e 2008, a favor dos democratas, ou as do ano passado, que favoreceram os republicanos. É  improvável que o Partido Democrata consiga recuperar o controlo da câmara baixa do Congresso, mas deverá, pelo menos, "roubar" alguns assentos ao GOP.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Arrumar a casa: Mitch Daniels e o Processo de Paz

A minha cadência de "posts" aqui, no Máquina Política, já teve melhores dias. Contudo, o volume de trabalho e o fim do semestre têm-me impedido de escrever com a regularidade que gostaria. Por isso, nos últimos dias, tenho deixado passar alguns temas que estão a marcar a agenda mediática norte-americana sem a devida referência. Dois deles, em especial, merecem a minha análise.
Em primeiro lugar, importa destacar as novidades relativas à campanha presidencial, onde o campo de candidatos republicanos se encontra cada vez mais definido. No passado Domingo, Mitch Daniels surpreendeu ao anunciar que não irá tentar obter a nomeação pelo GOP, devido ao "veto familiar" que o impediu de cumprir aquele que era o seu intento, ou seja, tentar chegar à Casa Branca. 
Com o Governador do Indiana fora da corrida, o establishment do Partido Republicano tem ainda menos por onde escolher. Assim, os principais beneficiados serão Tim Pawlenty, Mitt Romney e John Huntsman, todos ex-governadores e com os melhores contactos no seio do partido. Não será surpresa, porém, se nos próximos dias observarmos uma renovada pressão por parte das maiores figuras do Partido Republicano sobre nomes como Chris Christie ou Jeb Bush no sentido de os convencer a concorrerem, na medida em que a opinião geral é que, tal como está, o leque de candidatos republicanos é demasiado fraco.
Também o discurso de Barack Obama sobre o Médio Oriente tem dado muito que falar, em particular a sua defesa de uma solução de dois Estados, segundo as fronteiras de 1967, o que originou imediatas críticas da administração israelita, que, alegando que tal medida colocaria em causa a segurança do território israelita, fez saber que não aceitaria um acordo nesses termos. 
Depois do êxito que foi a eliminação de Bin Laden, Obama terá tentado manter a agenda política focada em questões de política externa, onde pode surgir como Commander-in-Chief e em tom presidencial. Para isso, escolheu um tema, o processo de paz, que todos os últimos presidentes americanos têm tentado resolver, mas sem sucesso. Todavia, Obama não ficou muito bem na fotografia, especialmente quando Benjamin Netanyahu, lado a lado com o Presidente americano, negou categoricamente a possibilidade de apoiar o plano de Obama. Também os republicanos, tradicionalmente pró-israelitas, foram rápidos a criticar o Presidente, tentando, porventura, cativar alguns votos entre a comunidade judaica nos EUA.
Com esta breve abordagem à desistência de Daniels e à (desastrada) tentativa de Obama em apresentar uma solução para a questão israelo-palestiniana no Médio Oriente, fica a Máquina Política menos desactualizada. As próximas semanas não serão fáceis, mas darei o meu melhor para ir escrevendo e comentando as mais recentes novidades do que for acontecendo do outro lado do Atlântico.

domingo, 22 de maio de 2011

Barómetro 2012 - Update

Barack Obama Os seus números nas sondagens mantêm-se em alta.
Mitt Romney Deixou um sério aviso à concorrência ao conseguir amealhar 10 milhões de dólares num só dia em contribuições para a sua campanha.
Mike Huckabee Anunciou que não será candidato e desaparece desta lista.
Newt Gingrich Apesar de ainda agora ter começado, a sua campanha, até ao momento, tem sido um desastre ambulante.
Sarah Palin Apesar de ainda não haver grandes indícios de que poderá entrar na corrida, afirmou, numa entrevista à Fox News, de que sente vontade de concorrer.
Tim Pawlenty A desistência de Huckabee melhora as suas hipóteses no Iowa. É o mais activo de todos os candidatos presidenciais.
Mitch Daniels O preferido do establishment republicano vai dizendo que a sua decisão está para breve.
John Huntsman Começa a conquistar alguns apoios e as suas boas referências em política externa tornam-no uma excepção no campo de candidatos republicanos.
Rick Santorum Nos últimos dias, tem apostado numa estratégia de crítica a outros candidatos presidenciais do Partido Republicano, em especial Romney. Venceu uma sondagem informal na Carolina do Sul.
Chris Christie Apesar de a sua taxa de aprovação não ser famosa em New Jersey, Estado onde é Governador, continua a ser uma das principais referências do GOP.
Donald Trump O circo Trump chegou ao fim, assim como a sua posição no barómetro.
Michelle Bachmann Depois da "nega" de Huckabee, a sua entrada na corrida parece agora mais provável.
Ron Paul O "patinho feio" dos republicanos concorre com uma agenda própria e é porta-bandeira do movimento libertário norte-americano.
Herman Cain É um dos candidatos mais exóticos, mas tem agradado aos movimentos Tea Party.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

A montanha pariu um rato

Mais uma vez, e como muitos analistas previam, Donald Trump não será candidato à Presidência dos Estados Unidos, tendo anunciado há pouco essa decisão. Acaba assim mais uma campanha de propaganda realizada pelo próprio magnata, que já não é a primeira vez que insinua uma candidatura à Casa Branca como táctica de auto-promoção. Nas últimas semanas, Trump fez furor, tendo (alegadamente) forçado Barack Obama a divulgar o seu certificado de nascimento e andando bem colocado em várias sondagens relativas às primárias presidenciais do Partido Republicano. Agora, com o fait-diver Donald Trump fora de cena e com o leque de candidatos do GOP, finalmente, a tomar forma, a campanha presidencial pode, verdadeiramente, começar.

domingo, 15 de maio de 2011

Huckabee fora da corrida

Mike Huckabee anunciou ontem à noite que não irá ser candidato presidencial em 2012, depois de terem circulado rumores, durante o dia, de que iria entrar na corrida. Durante os últimos meses, existiu sempre uma grande incerteza em relação a uma possível candidatura do antigo Governador do Arkansas, que foi a grande surpresa das primárias presidenciais republicanas de 2008, onde venceu 8 corridas, incluindo o decisivo Iowa e muitos Estados do Sul.
Com esta decisão de Mike Huckabee, o panorama das primárias republicanas mudam totalmente de figura. O antigo pastor evangélico, beneficiando da popularidade conquistada em 2008 e através do seu programa na FOX News, surgia muito bem posicionado nas sondagens para conseguir a nomeação. Em especial no Iowa e na Carolina do Sul, dois dos mais importantes Estados no processo de nomeações presidenciais, o antigo pastor evangélico era visto como o grande favorito. Além disso, a direita evangélica, um grupo fundamental na escolha dos nomeados do GOP, ficou orfã daquele que seria o seu escolhido natural.
São vários os candidatos já conhecidos que podem beneficiar da ausência de Huckabee. Tim Pawlenty poderá ter agora uma palavra a dizer, já que o Iowa seria sempre a sua grande oportunidade de entrar na luta pela nomeação republicana. Assim, com Mike Huckabee fora da corrida, a sua missão impossível é-o um pouco menos. Por sua vez, Mitt Romney, que se presume ir conseguir bons resultados no New Hampshire e no Nevada, vê as suas possibilidades de disputar o Iowa e a Carolina do Sul aumentarem, o que poderia ditar a sua virtual nomeação ainda antes da Super Tuesday. Sem Huckabee (e, já agora, sem Haley Barbour), Newt Gingrich vê melhoradas as suas possibilidades de se assumir como o candidato do Sul, o principal bastião do Partido Republicano.
A nível pessoal, esta deve ter sido a melhor decisão para Mike Huckabee, que nunca escondeu não gostar do capítulo das campanhas presidenciais em que tem de andar a pedir e angariar dinheiro para uma empreitada destas dimensões. A sua entrada na corrida implicaria ainda a saída da FOX News, onde recebe um ordenado chorudo que lhe permite estar a construir uma mansão na Florida, avaliada em três milhões de dólares. Por fim, Huckabee será sempre um dos alvos primordiais dos candidatos presidenciais do GOP, que se baterão afincadamente por contar com o apoio de um dos mais populares republicanos. Mike Huckabee poderá não ser candidato à presidência, mas será, sem dúvida, um dos principais kingmakers de 2012.

sábado, 14 de maio de 2011

O desejado

É mais que conhecida a insatisfação dos eleitores republicanos com o campo de candidatos do seu partido a destronarem Barack Obama na Presidência dos Estados Unidos. Mas, além disso, também a estrutura partidária republicana não está propriamente muito contente com os nomes à sua disposição nas primárias do partido. Entre aqueles demasiadamente encostados à ala radical republicana, como Michelle Bachmann, os representantes do movimento libertário, como Ron Paul, candidatos pouco carismáticos, como Tim Pawlenty, ou ainda outros com tendência para a auto-destruição - Mitt Romney - o establishment do GOP não escolheu ainda o seu candidato preferido.
Haley Barbour, Governador do Mississipi e antigo líder da Associação de Governadores Republicanos, parecia ser um sério concorrente ao epíteto de favorito do establishment republicano. Contudo, o seu passado como "lobbysta" e alguns comentários raciais mais polémicos levaram-no a abdicar de uma candidatura à Casa Branca. Consequentemente, a estrutura republicana virou-se imediatamente para Mitch Daniels, Governador do Indiana e ex-Director do Office of Management and Budget, na Administração de George W. Bush.
Porém, Daniels tem-se mostrado algo renitente em avançar com uma candidatura em 2012. Ao que parece, a principal oposição à entrada na corrida vem mesmo da sua esposa, Cheri Daniels, que não quer ver a sua vida privada exposta na praça pública, em especial o facto de, nos anos 90, se ter separado do seu marido para casar com outro homem, apenas para, algum tempo depois, se juntar novamente a Mitch Daniels. Mas a vontade por parte do GOP em ter o Governador do Indiana na corrida é tanta que, segundo a CBS, até Laura Bush já ligou a Cheri para a convencer a apoiar a candidatura do seu marido. De acordo com a mesma notícia, Daniels contaria com apoios importantes, casos do já citado Haley Barbour, do Governador do Winsconsin, Scott Walker, e mesmo da actual super estrela do Partido Republicano, o Governador de New Jersey, Chris Christie.
Mitch Daniels poderia ser, de facto, um nome de peso nas primárias presidenciais republicanas. O apoio do establishment valeria-lhe, certamente, uma grande capacidade financeira e muitos nomes sonantes do seu lado. Além disso, Daniels é um político com experiência executiva e com elevadas credenciais no controlo orçamental. Contudo, é ainda pouco conhecido do grande público e o facto de ter aumentado impostos enquanto Governador do Hoosier state poderia trazer-lhe problemas junto do eleitorado republicano.
Apesar das virtudes e defeitos de Mitch Daniels, a sua presença na campanha e nos debates das primárias republicanas traria, certamente, um maior grau de credibilidade e seriedade ao processo de escolha do nomeado do partido que, por agora, é mais destacada pelas excentricidades de Donald Trump do que pelas ideias e programas dos candidatos já conhecidos. E isso explica em grande medida toda a pressão que o establishment do GOP tem exercido sobre o casal Daniels para que este se decida a favor de uma candidatura de Mitch à Presidência dos Estados Unidos.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Newt Gingrich avança

Em 2000 e 2008, Newt Gingrich flirtou com a ideia de se candidatar à Presidência. Contudo, em ambas as ocasiões ficou apenas pelas intenções, não chegando a avançar com a ideia de uma campanha presidencial. Por isso, as auto-declaradas ambições presidenciais do antigo Speaker da Câmara dos Representantes eram vistas mais como uma oportunidade de vender os seus (muitos) livros, do que propriamente uma genuína pretensão de concorrer à Casa Branca. Mas, ao que parece, desta vez Newt pretende mesmo tentar a sua sorte nas primárias do GOP, devendo hoje mesmo apresentar a sua candidatura oficial através das redes sociais Twitter e Facebook. 
Gingrich promete fazer uma campanha a nível nacional, lutando em todos os Estados, não considerando nenhum como inalcançável. O seu estatuto, adquirido nos anos 90, garante-lhe um reconhecimento a nível nacional, o que é uma vantagem comparativamente a outros candidatos que necessitam de se familiarizarem com o grande público. Por outro lado, a imagem negativa com que abandonou a liderança do Congresso, marcada pelo seu papel no encerramento do governo federal, têm ainda repercussões junto do eleitorado.
Penso que Newt Gingrich não terá grandes possibilidades de conseguir a nomeação republicana e muito menos de derrotar Barack Obama no Outono de 2012. O seu passado como Speaker, os escândalos pessoais - já vai no terceiro casamento - que o prejudicam com o eleitorado muito conservador das primárias do GOP e o facto de nunca ter sido eleito para algo mais do que congressista fazem dele um vencedor pouco provável. Todavia, o anúncio da sua candidatura deverá pressionar outros candidatos conotados com o establishment do GOP (Mitch Daniels é o exemplo mais gritante)a decidirem-se pela entrada ou não na corrida presidencial. Apesar de dificilmente poder vir a vencer, a verdade é que a entrada do ex-Congressista na corrida irá trazer ainda mais pimenta e emoção à contenda pela nomeação republicana.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Boas e más notícias

Como era esperado, os números de Barack Obama nas sondagens subiram consideravelmente desde que o Presidente dos Estados Unidos anunciou a morte de Osama Bin Laden. Contudo, apesar de estar actualmente a obter os melhores resultados nas suas taxas de aprovação dos últimos meses, a verdade é que a opinião dos americanos relativamente ao modo como Obama lida com a economia mantém-se inalterada e em terreno negativo. Acontece que apesar de toda a excitação e emoção em torno da eliminação do líder da Al-Qaeda, o inimigo número um da América, será sempre a situação económica do país a ditar as principais leis quando estiver em jogo a reeleição de Obama, em 2012. 
Assim sendo, o jobs report do mês, divulgado hoje, traz notícias agridoces para a actual Administração. Por um lado, há as más notícias, dado que, pela primeira vez nos últimos cinco meses, a taxa de desemprego subiu, passando de 8,8% para 9%. Mas, por outro lado, também há motivos para sorrir, tendo em conta que foram criados 244 mil novos empregos durante o mês passado, o valor mais elevado dos últimos cinco anos. Nos próximos dias, será interessante perceber se estes números terão alguma influência nas sondagens e se o bump de Obama veio para ficar ou se, pelo contrário, o efeito Bin Laden se desvanecerá depressa, à medida que as maiores preocupações dos norte-americanos - a economia, ainda e sempre - voltam à ordem do dia.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O primeiro debate

Os participantes no debate de amanhã
É já amanhã, Quinta-feira, que se realiza o primeiro de vários debates entre os candidatos republicanos a obter a nomeação para as eleições presidenciais de 2012 pelo GOP, naquilo que pode ser considerado como o pontapé de saída da campanha eleitoral para as eleições que têm lugar no próximo ano. O evento decorrerá na Carolina do Sul, um dos Estados mais importantes nas primárias presidenciais americanas e o terceiro a ir a votos. 
Dos candidatos já anunciados, apenas Tim Pawlenty, Ron Paul, Rick Santorum, Herman Cain e Gary Johnson marcarão presença, enquanto que Mitt Romney e Newt Gingrich declinaram o convite. Assim sendo, este primeiro debate terá pouco ou nenhum significado, servindo quase somente para dar a conhecer alguns dos concorrentes menos mediáticos, como Cain ou Johnson. Aliás, o lento arranque da campanha e o fraco leque de candidatos que já anunciaram oficialmente a candidatura, já tinham feito com que o Politico e a NBC adiassem o seu primeiro debate, posição que não foi imitada pelo GOP da Carolina do Sul e pela FOX News, responsáveis pelo despique de amanhã.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

A grande vitória de Obama

Ontem à noite, quando anunciou ao seu país e ao mundo a morte de Osama Bin Laden, Barack Obama teve, muito provavelmente, o seu melhor momento à frente dos destinos dos Estados Unidos da América. Desde então, os elogios à conduta do Presidente e dos militares têm vindo de todos os quadrantes, inclusivamente dos mais acérrimos críticos da actual Administração e dos candidatos presidenciais republicanos para 2012. 
Contudo, esta foi uma jogada arriscada por parte de Obama. Caso a tentativa da eliminação do líder da Al-Qaeda tivesse falhado, dificilmente o actual inquilino da Casa Branca escaparia às comparações com Jimmy Carter (que ordenou o resgate fracassado dos reféns americanos na embaixada iraniana) e, provavelmente, ao mesmo destino no que diz respeito à sua reeleição para um segundo mandato. Fica desta forma cumprida uma promessa eleitoral, feita em 2008, aquando de um dos debates televisivos com John McCain, em que tinha prometido matar o líder da Al-Qaeda. 
Além da importante vitória a nível militar, estratégico e até moral que representa o desaparecimento de Bin Laden, um triunfo político assinalável, num domínio - o da defesa e segurança nacional - onde ainda não tinha grandes concretizações para "mostrar" aos americanos. Os republicanos deixam, a partir de hoje, de poder criticar o Presidente por este ser soft on terrorism, até porque Obama conseguiu aquilo que George W. Bush não foi capaz de fazer durante sete anos na Casa Branca, apesar de a captura ou morte de Bin Laden ser um dos principais objectivos durante todo o mandato do antecessor de Obama. Curiosamente, até o facto de Osama Bin Laden ter sido morto em vez de capturado favorece politicamente o Presidente norte-americano, visto que assim não se colocam os grandes problemas que surgiriam relativamente ao local onde seria encarcerado e, posteriormente, julgado o principal mandante do 11 de Setembro.
É presumível que os números de aprovação de Obama subam em flecha nos próximos dias, sendo reflexo deste momento de êxtase e euforia nacional que percorre os Estados Unidos depois do anúncio da morte do homem que figurava no topo mais procurados pelo FBI. É claro que, por si só, a eliminação de Bin Laden não garante ao Presidente americano a reeleição em 2012, já que daqui até Novembro do próximo ano o actual sentimento triunfalista desvanecerá. Contudo, este será um elemento fundamental para a campanha de Obama, já que junta esta enorme realização em matérias de defesa e da luta ao terrorismo à sua lista de êxitos desde que está na Casa Branca. É caso para dizer, como vi escrito num cartaz de um cidadão americano que celebrava a morte de Bin Laden, Obama 1 - Osama 0.

Osama Bin Laden is dead


O Presidente dos Estados Unidos anunciou,  ontem à noite, que  Osama Bin Laden, o líder da Al-Qaeda e o mentor dos atentados terroristas do 11 de Setembro, tinha sido morto na sequência de um ataque de um grupo de Navy Seals norte-americanos a um complexo residencial no Paquistão. A eliminação do inimigo número um do mundo ocidental é uma estrondosa vitória para os Estados Unidos na luta contra o terrorismo e para Barack Obama, como Commander-in-Chief. Brevemente, farei uma análise das implicações políticas decorrentes deste acontecimento que marca, indubitavelmente, os destaques mediáticos um pouco por todo o mundo.

domingo, 1 de maio de 2011

O humor de Obama

Aqui ficam os melhores momentos do discurso de Barack Obama, ontem, por ocasião do Jantar de Correspondentes da Casa Branca. Este evento, habitualmente utilizado pelos Presidentes para mostrarem uma faceta mais humorística e descontraída, é já uma tradição em Washington DC. No que diz respeito ao humor, Obama parece estar em boa forma, tendo conseguido arrancar várias gargalhadas e, muitas vezes, através de referências aos seus possíveis opositores nas eleições presidenciais de 2012.