segunda-feira, 20 de junho de 2011

Jon Stewart na Fox News

Nas edições do programa de Jon Stewart, o Daily Show, uma das principais vítimas das suas críticas corrosivas é a Fox News, a emissora televisiva de linha editorial notoriamente conservadora. Contudo, Stewart, um dos principais símbolos da América liberal, aceitou o convite endereçado pelo programa Fox News Sundays para que participasse na emissão de ontem. O vídeo da entrevista ao famoso comediante, a não perder, aqui fica.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Barómetro 2012 - Update

Barack Obama Terminado que está o seu momento de alta nas sondagens devido à morte de Bin Laden, os seus números já voltaram a baixar da marca dos 50% e os fracos resultados da economia norte-americana também não ajudam.
Mitt Romney O seu estatuto de frontrunner da corrida republicana continua intocável. A sua segura prestação no debate de New Hampshire também contribui para que seja o ultra-favorito a vencer no granite state.
Newt Gingrich A debandada geral o seu staff e algumas decisões bizarras de sua parte, como a de insistir em passar duas semanas num cruzeiro, deixam antever que a sua candidatura à presidência terminou mesmo antes de ter começado.
Sarah Palin Continua a ser uma estrela de nível planetário, conseguindo atenção mediático por tudo aquilo que faz (ou não faz). Contudo, o seu espaço no campo presidencial republicano está sob cerrado ataque de Michelle Bachmann.
Tim Pawlenty Foi o grande derrotado do debate televisivo desta semana e isso pode afastar muitos potenciais financiadores e apoiantes da sua campanha.
John Huntsman O arranque oficial da sua candidatura à Casa Branca está para breve e já anunciou que não irá concorrer no Iowa. Assim sendo, terá de apostar tudo no New Hampshire, onde Romney parece imbatível. Não será tarefa fácil.
Rick Santorum Esteve discreto no debate e continua sem descolar das últimas posições e dos single digits nas sondagens.
Chris Christie Muito se tem discutido sobre a possibilidade de mais um candidato entrar na corrida pela nomeação presidencial republicana e o Governador de New Jersey é um dos nomes mais falados. Todavia, Christis, continua a enviar sinais contraditórios: tão depressa nega qualquer hipótese de ser candidato, como a seguir se encontra com representantes republicanos dos early states.
Michelle Bachmann Saiu vencedora do debate republicano e anunciou o lançamento oficial da sua candidatura presidencial. Tem ganho popularidade entre o eleitorado conservador e, sem Huckabee, Palin e com Gingrich caído em desgraça, pode mesmo conseguir o rótulo de candidata favorita do Tea Party.
Ron Paul Esteve bem, como é habitual, no debate, mas a sua candidatura ainda não conseguiu atingir os níveis de entusiasmo que obteve em 2008. 
Herman Cain Esteve melhor no primeiro debate e alguns comentários, como quando disse que não contrataria um islâmico, têm prejudicado a sua imagem junto do eleitorado.

terça-feira, 14 de junho de 2011

A surpresa Bachman e a desilusão Pawlenty

Apesar de faltarem ainda oito meses para o caucus do Iowa, o primeiro momento das primárias presidenciais norte-americanas, podem já ser retiradas algumas ilações do debate de ontem à noite, onde estiveram frente-a-frente os já assumidos candidatos a conseguir a nomeação pelo Partido Republicano.
Michelle Bachman foi, quase unanimemente, considerada a vencedora do debate. Começou bem e conseguiu chamar as atenções para si, ao anunciar oficialmente a sua candidatura à Casa Branca e foi autora de uma das frases mais aplaudidas da noite, quando afirmou decisivamente que Barack Obama será um presidente de um só mandato. Depois da prestação da congressista do Minnesota, parecendo sempre confiante e assertiva, Sarah Palin deverá ter muitas razões para estar preocupada, visto que ambas disputariam o mesmo grupo do eleitorado republicano. 
Em sentido contrário, Tim Pawlenty foi a desilusão da noite. Depois de, na véspera, ter atacado duramente a reforma da saúde aprovada por Mitt Romney enquanto Governador do Massachusetts, não deu seguimento a essa táctica agressiva, optando por se esquivar das perguntas dos jornalistas da CNN, que lhe tentaram arrancar novas tiradas mais "picantes". Assim, o antigo Governador do Minnesota perdeu uma excelente oportunidade para se colocar como o candidato anti-Romney, visto com desconfiança por muitos eleitores conservadores, e, pelo contrário, pareceu fraco e incapaz de se impor no palco principal da política norte-americana.
Mitt Romney, que carrega o estatuto de principal favorito à vitória final, foi também um dos vencedores da noite, já que, ao contrário do que seria de esperar, nenhum dos seus adversários optou por lhe fazer frente, preferindo Barack Obama como o principal alvo de críticas. Outra conclusão que pode ser retirada do debate é que há ainda espaço para uma outra candidatura, porventura de alguém com credenciais conservadoras, mas que possa contar com o apoio do establishment republicano. Nesse sentido, o Governador do Texas, Rick Perry, é um nome cada vez mais falado.


segunda-feira, 13 de junho de 2011

Debate no New Hampshire

Realiza-se hoje o segundo debate entre os candidatos à nomeação presidencial pelo Partido Republicano. Contudo, este é o primeiro a reunir todos os principais nomes da corrida, já que Mitt Romney, Newt Gingrich e Michelle Bachmann não participaram no debate de estreia, que teve lugar na Carolina do Sul, no início de Maio.
Desta vez, o evento decorrerá no fundamental Estado do New Hampshire, sendo transmitido pela CNN (1h da madrugada em Portugal) e apoiado pelo influente jornal New Hampshire Union Leader. Assim, as atenções estão viradas para Mitt Romney, o grande favorito a vencer as primárias do granite state e, como tal, o alvo a abater por parte dos restantes concorrentes. Tim Pawlenty parece ser o mais propenso a atacar Romney, em especial a reforma da saúde do Estado do Massachussets que Romney aprovou enquanto Governador daquele Estado. Newt Gingrich, por seu lado, tentará provar que a sua campanha é para continuar depois da implosão da semana passada, enquanto Bachmann, Rick Santorum e Herman Cain lutarão pelo estatuto de número um entre os candidatos mais à Direita. Last but not least, Ron Paul será o representante da ala libertária, sendo, tradicionalmente, um dos mais fortes participantes em debates, como provou durante a campanha presidencial de 2008.
Apesar de o debate ser apenas para os candidatos republicanos - Barack Obama não tem, que se saiba, oponentes nas primárias do seu partido - os democratas não deixarão aos seus adversários o monopólio da narrativa política. Assim sendo, o Partido Democrata preparou uma resposta, em pleno New Hampshire, àquilo que se disser no debate de logo à noite, através de Robert Gibbs, antigo porta-voz de Obama e que volta, desta forma, à primeira linha do combate político. E a Gibbs não deverá faltar a que responder e contra-atacar, já que é previsível que Obama seja alvo de duros e constantes críticas durante o debate de hoje.

Newt, Hillary e Palin

Depois da loucura da última semana de aulas, espero retomar a laboração em pleno da Máquina Política, até porque já tenho algumas saudades de escrever sobre o "maior espectáculo do mundo", como, em tempos, um comentador deste espaço aqui descreveu a dinâmica da política dos Estados Unidos da América. Entre trabalhos e frequências para o mestrado e o emprego em full time, pouco tempo me sobrou para comentar o que de mais importante se vai passando no país do Tio Sam, cuja agenda mediática continua marcada pelo inenarrável escândalo Weiner. Ainda assim, outros temas também merecem uma breve menção.
Em relação à luta pela nomeação presidencial republicana, as atenções estiveram focadas no colapso da campanha de Newt Gingrich, que viu a maioria do seu staff (alguns deles estavam já há vários anos ao lado do antigo speaker) demitir-se em bloco, devido, alegadamente, à excessiva influência da esposa de Gingrich na gestão da campanha e à decisão de Newt em passar as duas últimas semanas num cruzeiro, como havia prometido à sua mulher. Se as hipóteses de Newt Gingrich ser o nomeado pelo GOP eram já reduzidas, depois disto ficam praticamente reduzidas a zero, visto quer será muito difícil ao político do Estado da Georgia voltar a montar uma estrutura capaz de o ajudar a encetar uma miraculosa recuperação. 
Entretanto, voltaram a circular novos rumores relativamente ao futuro de Hillary Clinton, que já revelou publicamente a sua vontade em não servir um eventual segundo mandato no Departamento de Estado. Desta vez, o cargo falado foi o de Presidente do Banco Mundial, facto prontamente desmentido por fontes próximas da Secretária de Estado. Seja como for, a verdade é que uma experiência deste género seria bastante aliciante tendo em conta uma possível candidatura de Hillary à presidência em 2016, proporcionando-lhe experiência na sempre fulcral área económica e financeira, depois de ter passado pela Casa Branca, pelo Senado e pelo Departamento de Estado. Seria, sem dúvida, um currículo impressionante e impossível de igualar por qualquer adversário.
Finalmente, e depois de muito tempo de espera, foram divulgados cerca de 24 mil emails de Sarah Palin enquanto Governadora do Alasca. Apesar da enorme ansiedade dos meios de comunicação social norte-americanos, sempre ávidos de assuntos relacionados com Palin, a montanha pariu um rato, já que entre os milhares de emails não surgiu nenhuma "bomba", escândalo, ou polémica. Pelo contrário, e segundo o que tenho lido, os correios electrónicos fazem transparecer uma imagem positiva da antiga Mayor de Wasilla, não obstante as suas múltiplas questiúnculas e conflitos com os media. Palin pode ver neste ciclo de notícias favorável (uma novidade) uma janela de oportunidade para ponderar seriamente uma candidatura presidencial. Contudo, quando se trata de Sarahcuda, é sempre difícil fazer previsões.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Cartoon: Twittergate

Cartoon relativo ao mais recente escândalo político-sexual nos Estados Unidos, envolvendo Anthony Weiner, congressista democrata pelo Estado de Nova Iorque, que terá alegadamente enviado uma fotografia sua, via Twitter, tirada abaixo da cintura e vestindo apenas uns boxers, a uma jovem estudante do Estado de Washington. Apesar de, em primeira instância ter alegado que a sua conta havia "hackeada", Weiner já veio dizer que não pode afirmar que não seja mesmo ele na foto em causa. Este é mais um típico escândalo de Washington D.C., especialmente "sumarento" por aliar dois elementos que vendem muitos jornais: a política e o sexo.

Obama elogia Souto Moura

Barack Obama discursou na cerimónia de entrega do prémio Pritzker, realizada ontem, em Washington, sendo apenas o segundo presidente americano a fazê-lo na história deste galardão que é conhecido como o "Nobel da Arquitectura". Na sua comunicação, o Presidente dos Estados Unidos não deixou de fazer rasgadas elogios ao vencedor, o arquitecto português, Eduardo Souto Moura, caracterizando-o como alguém que "nunca se satisfaz com soluções fáceis" e comparando-o mesmo ao histórico presidente americano, Thomas Jefferson. Souto Moura já era um dos mais conceituados arquitectos do mundo, mas, agora, depois deste discurso de elogio de Obama,a sua fama e cotação aumentarão exponencialmente. E isso é sempre um motivo de orgulho para o povo português.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

E depois de Obama?

Apesar de as próximas eleições presidenciais estarem marcadas para o próximo ano, podemos pensar um pouco mais adiantado e fazer um pouco de futurologia sobre o que irá acontecer em 2016, no caso de Barack Obama vencer em 2012. Ora, um eventual cenário desse género seria muito semelhante ao de 2008, quando não havia nenhum claro favorito à vitória, sem Presidente ou Vice-Presidente a concorrerem à Casa Branca, já que Obama não poderá tentar um terceiro mandato e não é provável que Joe Biden, que em 2016 completará 74 anos de idade, entre na corrida pela Presidência.
No início da corrente campanha eleitoral, tem sido muito discutido o facto de várias figuras de destaque do Partido Republicano estarem a rejeitar candidaturas presidenciais em 2012, com a justificação de que 2016 as possibilidades de vitória serão maiores. Nomes como Chris Christie, Bobby Jindal ou Jeb Bush optaram (até ao momento) por ficar de fora da corrida actual, mas é expectável que, daqui a cinco anos, estejam nos boletins de votos das primárias republicanas.
No lado democrata o cenário é naturalmente ainda menos claro. Com o VP fora da corrida e Hillary Clinton a declarar peremptoriamente de que não voltará a concorrer à Casa Branca, o campo fica totalmente em aberto. O Governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, e o antigo Governador da Virgínia Tim Kaine (que concorrerá ao Senado, em 2012) são nomes sonantes no seio do Partido Democrata e é possível que estejam em destaque quando for altura de substituir Obama. 
Contudo, o favorite son do partido do burro para 2016 será, muito provavelmente, Rahm Emanuel, o actual Mayor de Chicago. "Rahmbo" tem um currículo mais que completo, pois possui experiência legislativa (proporcionada pelos seus anos na Câmara dos Representantes),experiência executiva (geriu a Casa Branca de Obama e, agora, a city hall da windy city) e experiência de campanhas eleitorais (esteve nas campanhas presidenciais de Clinton e Obama e à frente do comité democrata de campanhas ao Congresso). Até há pouco tempo atrás, Emanuel rejeitava qualquer pensamento de candidatura, mas, ontem, numa entrevista à ABC News, já não foi tão categórico quando George Stephanopoulos o questionou sobre o assunto. Assim, é bem possível que Rahm Emanuel ambicione tornar-se, dentro de mais de cinco anos, no primeiro Presidente judeu da história dos Estados Unidos.