sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Romney volta a estar por cima

A seguir à sua grande vitória na Carolina do Sul, Newt Gingrich parecia num momento avassalador, tendo passado para a frente nas sondagens nacionais, mas também na Florida (Estado que recebe a próxima primária, na Terça-feira), onde recuperou mais de 20 pontos percentuais em relação a Mitt Romney. Todavia, nos últimos dias, a tendência da corrida alterou-se novamente e Romney voltou a surgir com uma vantagem relativamente confortável sobre Gingrich.
Os debates televisivos podem explicar grande parte destas mudanças. Depois de parecer dominador nos confrontos entre os candidatos, e até de fazer das suas prestações nos debates um dos pontos fortes da sua candidatura à Casa Branca (Newt chegou mesmo a dizer que apenas ele podia fazer frente a Obama neste capítulo), Gingrich esteve muitos furos abaixo do que aquilo que nos habituou a fazer nos últimos dois debates. No de ontem em particular, o antigo Speaker foi totalmente cilindrado por Mitt Romney, que, fazendo o papel tradicionalmente protagonizado por Gingrich, partiu para o ataque e, ao longo das duas horas de duração do debate, não deixou o seu principal adversário respirar. Assim, e como os debates têm sido muito importantes nesta campanha eleitoral, é de prever que Romney dê um novo salto nas sondagens dos próximos dias.
Por sua vez, a postura de Gingrich durante o debate de ontem foi a mesma que falhou quando, no final do ano passado, se colocou destacado na frente da corrida. Deixou de ser o Gingrich habitual, agressivo e pronto a desferir ataques contra os seus adversário, passando a tentar ser magnânimo, consensual e "presidenciável". Ora, já se viu que não é ao fugir da sua essência que o antigo Speaker não consegue bons resultados. A "marca" Gingrich funciona enquanto candidato insurgente, polémico e intuitivo. Pelo que se tem visto esta semana, Gingrich não aprendeu com os erros anteriores. Só que, desta vez, isso pode ser-lhe fatal.
Para piorar a situação de Newt Gingrich, soou o alarme no establishment do GOP, depois da Carolina do Sul. Ciente de que com Gingrich como nomeado a Casa Branca estaria praticamente perdida para mais quatro anos de Obama (além dos danos efeitos secundários que isso poderia causar nas restantes eleições estaduais e para o Congresso), o Partido Republicano saiu em força para atacar o Speaker, ajudando, dessa forma, a causa de Romney, que volta agora a estar em boa posição para ser o nomeado presidencial republicano. Mas, com todas as reviravoltas que a corrida já sofreu, o melhor é mesmo esperar para ver.

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