terça-feira, 29 de maio de 2012

Off message

Para uma campanha política ser bem sucedida é essencial que o candidato que a encabeça se mantenha focado na mensagem que pretende transmitir ao público, evitando as fugas ao discurso previamente definido e escapando a temas e assuntos que afastem a campanha do rumo que previamente definiu ser o mais acertado para a vitória.
 Contudo, a campanha presidencial está a ser marcada, pelo menos para já, por uma constante fuga à mensagem, e logo por parte das duas campanhas. De um lado, Barack Obama, tem sido recentemente criticado, inclusivamente no seio do seu próprio partido, por estar a apostar em ataques contra o passado empresarial do seu adversário, Mitt Romney. Em anúncios de campanha e declarações, Obama tem apontado o dedo aos milhares de empregos que Romney terá, diz o Presidente, destruído, aquando do seu tempo na Bain Capital. Esta é uma estratégia que se percebe, tendo em conta a ainda elevada taxa de desemprego que se regista nos Estados Unidos. Contudo, o ataque populista de Obama não parece estar a ser eficaz, da mesma forma, aliás, que não o foi, quando Newt Gingrich e Rick Santorum utilizaram a mesma táctica durante as primárias republicanas. 
 Por sua vez, Mitt Romney, que até estava a ter um período positivo, parecendo estar a ganhar ímpeto na corrida, foi forçado, recentemente, a desviar-se da sua mensagem essencialmente centrada na economia. Isto porque Donald Trump, actualmente um dos seus mais ferozes apoiantes voltou a dizer que Obama nasceu no Quénia e não nos Estados Unidos, não sendo, por isso, elegível para o cargo de Presidente. Acossado pelos jornalistas, que tentam obter uma reacção sobre as novas acusações do milionário Trump, Romney não condenou a posição do seu apoiante, apesar de ter dito que não concorda com tudo o que as pessoas que o apoiam dizem. Seja como for, a verdade é que uma nova polémica birther era a última coisa que o candidato republicano necessitaria, numa altura em que tenta atrair o eleitorado independente que poderá estar menos inclinado a votar em si, depois de umas primárias marcadas por um discurso encostado à Direita.
 Com os dois candidatos a viverem um momento menos positivo no trilho da campanha, cabe agora aos seus conselheiros a tarefa de redobrarem esforços no sentido de colocarem novamente os seus líderes no rumo certo, ou, como dizem os norte-americanos, back on message.

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