terça-feira, 18 de setembro de 2012

Romney dá um passo em falso


Mitt Romney foi apanhado em vídeo, durante um discurso num evento de angariação de fundos, a referir-se de maneira menos agradável a 47% dos eleitores norte-americanos que, segundo o candidato presidencial republicano, votarão em Barack Obama de qualquer maneira. Para Romney, o seu trabalho não é preocupar-se com essas pessoas, que são dependentes do governo, que se consideram vítimas e que acreditam que o Estado tem o dever de lhes proporcionar cuidados de saúde, habitação ou comida.
Declarações fortes e que podem ter um pesado impacto na corrida pela Casa Branca. Romney não contaria que as suas palavras se tornassem públicas, mas deveria ter noção que, na época do Youtube e dos telemóveis com câmara, nenhum evento é totalmente privado. Agora, terá de se defender das vozes críticas que o acusam de ter riscado da sua lista de preocupações quase metade da população dos Estados Unidos e, mais grave do que isso, estas declarações agudizam a percepção de que o antigo Governador do Massachusetts está desligado do cidadão comum e que, uma vez no poder, atacará os programas sociais do país.
Este caso faz lembrar uma situação parecida, que ocorreu há quatro anos, quando Obama, também numa angariação de fundos, afirmou que alguns americanos, com a degradação da situação económica do país, se tornavam "azedos" se viravam para as armas e para a religião. Contudo, essas declarações, na minha opinião não tão graves quanto estas de Romney, foram proferidas ainda durante as primárias democratas e não tiveram grande repercussão na campanha da eleição geral. No caso de Romney, porém, esta gaffe não podia ter vindo em pior ocasião, pois o nomeado republicano atravessa um período menos positivo e vê Obama afastar-se nas sondagens. Por isso, a última coisa de que a campanha de Romney precisava agora era de um tão grande passo em falso que prejudica ainda mais as suas hipóteses de chegar à Casa Branca.

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