segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A inevitabilidade de Hillary Clinton

Estamos ainda a três anos das próximas eleições presidenciais norte-americanas, que terão lugar no dia 8 de Novembro de 2016. Contudo, parece que os ciclos eleitorais começam cada vez mais cedo e a sucessão de Barack Obama já dá que falar, independentemente da grande distância a que nos encontramos da eleição que se adivinha muito interessante.
Inevitavelmente, o primeiro nome que vem à baila quando se discutem as eleições de 2016 é o de Hillary Clinton. Hoje, a antiga Primeira-Dama, Senadora e Secretária de Estado é, sem margem para dúvidas, a preferida entre os democratas para concorrer à Casa Branca. E é fácil de perceber porquê: com uma capacidade financeira invejável, Hillary tem um currículo que fala por si e não há ninguém, em qualquer dos lados (nem Joe Biden), com tão vasta experiência política. Com um reconhecimento nacional praticamente nos 100% e com a sua popularidade em máximos de sempre, a esposa de Bill Clinton é a clara favorita para conseguir a nomeação democrata.
Cientes de que Hillary é a sua melhor candidata para manterem a Casa Branca, os democratas têm feito um forte lobby para assegurar que a antiga Senadora de Nova Iorque entra mesmo na corrida. Senão vejamos: muitas figuras de peso do partido têm clamado por Hillary Clinton (Charles Schumer foi a última voz a levantar-se a seu favor); existe até uma petição a pedir a sua candidatura presidencial e, na semana passada, soube-se de uma carta secreta em que as senadoras democratas terão alegadamente encorajado Hillary a concorrer.
Apesar do actual tom consensual à volta de Hillary Clinton, é preciso não esquecer que, num passado não muito distante, a ex-Primeira-Dama era uma das figuras mais polarizantes da política norte-americana. Mesmo durante as primárias de 2008, Hillary, apesar de favorita, tinha um elevado índice de opiniões negativas sobre si. Só mais tarde, com a sua actuação na liderança da diplomacia dos Estados Unidos, é que a sua imagem se suavizou e alcançou números bem mais positivos. Ainda assim, é previsível que, quando (e se) entrar na corrida, o regresso à política partidária e os ataques da campanha terão efeitos negativos na sua imagem. Além disso, o estado de saúde da antiga Secretária de Estado levanta algumas preocupações, o que, aliado à sua idade (terá 69 anos em 2016), pode prejudicar as suas hipóteses numa longa e desgastante campanha. Finalmente, pode ainda sofrer o problema de carregar o nome Clinton, o que, não obstante a popularidade do seu marido, pode levar os eleitores norte-americanos a temerem uma nova dinastia política, depois das poucas saudades que deixaram os dois presidentes da família Bush.
Mas, pesados os prós e os contras, Hillary Clinton tem nas próximas eleições uma excelente oportunidade para se tornar a primeira Presidente dos Estados Unidos. E, ao que tudo indica, irá mesmo tentar chegar à Casa Branca, a julgar pela sua marcada presença no circuito de palestras norte-americano, onde vai ensaiando a mensagem a utilizar numa eventual campanha. A confirmar-se a sua candidatura, a vitória de Hillary é possível e até provável. Todavia, é melhor não afirmarmos que é inevitável, porque já se sabe como isso resultou em 2008.

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