quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Vitória republicana

A noite ainda não terminou nos Estados Unidos, mas em Portugal a madrugada já vai longa e o sono começa finalmente a levar a melhor. Análises mais profundas ficarão para os próximos dias, mas, neste momento, parece evidente que as eleições intercalares de 2014 resultaram, como se esperava, numa vitória do Partido Republicano. 
Quando o próximo Congresso tomar posse, o GOP passará a deter a maioria dos assentos nas duas câmaras. Sem surpresas, manteve o controlo da Câmara dos Representantes (deverá mesmo ganhar mais alguns lugares) e, principalmente, conseguiu destronar o Partido Democrata da maioria no Senado. À hora que escrevo, ainda não são conhecidos os resultados na North Carolina, no Virginia (deverá cair para os democratas), no Iowa, no Kansas e no Alaska, mas esses Estados apenas ditarão a dimensão da vitória republicana.
No que diz respeito aos Governadores, os democratas ainda podem atenuar um pouco os danos se, à vitória na Pennsylvania juntarem um triunfo na Florida (neste momento, o sunshine state está muito renhido e será decidido no phono finish). Com o ganho destes dois grandes e importantes Estados ao GOP, os democratas teriam, pelo menos, alguns motivos de festa que serviriam de consolo para uma noite, no cômputo geral, muito negativa.
Ainda assim, e analisando as exit polls, parece-me que os democratas perderam principalmente, por falta de comparência. Olhando para os números, percebe-se que o Partido Democrata conseguiu atingir os valores habituais junto da sua coligação de eleitores (nomeadamente, afro-americanos, hispânicos jovens e mulheres). Contudo, esses eleitores deslocaram-se às urnas em menor número do que o necessário para que os democratas alcançassem melhores resultados. Por exemplo, em 2012, 72% dos votantes eram brancos, menos 3 pontos percentuais do que hoje, quando se sabe que a tendência da população dos Estados Unidos é tornar-se mais diversa. Por isso, não podem os republicanos retirar grandes ilações dos resultados de hoje no que diz respeito à corrida presidencial de daqui a dois anos.

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