segunda-feira, 21 de setembro de 2015

A escolha acertada


Quando, na semana passada, escrevi sobre o actual frontrunner da corrida pela nomeação presidencial republicana, deixei bem claro que Donald Trump seria uma péssima escolha do GOP para representar o partido na eleição geral, onde seria facilmente derrotado pelo candidato(a) democrata. Pelo contrário, hoje escolhi falar sobre aquele que seria, na minha opinião, a melhor opção do Partido Republicano para voltar a controlar a Casa Branca: Marco Rubio.
Rubio é uma estrela em ascensão no GOP desde que foi eleito para o Senado pelo Estado da Florida, na onda republicana de 2010. Na altura, o jovem político derrotou um consagrado e experiente Charlie Crist, que tinha a vantagem de concorrer enquanto Governador da Florida, frente a um então desconhecido Rubio. Ainda assim, o republicano derrotou copiosamente a concorrência e a sua campanha assertiva, eloquente e isenta de erros catapultou-o para a ribalta nacional. Logo aí, ficou claro que Marco Rubio, que mostrou ter um discurso sólido e ser excelente a debater, estaria destinado a voos mais altos. Foi, assim, sem surpresa que o senador júnior da Florida lançou a sua candidatura à Casa Branca, constituindo-se como um dos principais adversários do seu amigo e mentor, Jeb Bush.
Rubio, de 44 anos, é um cara nova no panorama políticos dos Estados Unidos e a sua entrada em cena recorda a de Barack Obama. É jovem e carrega um simbolismo paralelo ao do 44º Presidente: como filho de cubanos, seria o primeiro presidente hispânico dos Estados Unidos. Com os republicanos cada vez mais distantes do eleitorado latino, a escolha de Rubio como nomeado poderia representar uma nova oportunidade junto deste segmento do eleitorado tão decisivo em eleições presidenciais. Mais: num campo de candidatos republicanos muito homogéneo, Rubio destaca-se.
Sendo jovem e uma cara nova em Washington, Marco Rubio seria um excelente contraponto à provável nomeada democrata, Hillary Clinton, podendo utilizar a cartada da dinastia, algo que, naturalmente, não está à disposição de Jeb Bush, um dos favoritos a conseguir a nomeação republicana.  
Além disso, com o seu estatuto de Senador pela Florida, Rubio partiria na pole-position no sunshine state que é, sem dúvida alguma, um dos Estados mais importantes na disputa pela presidência, sendo mesmo o swing state com mais votos eleitorais à disposição do seu vencedor - 29.
Finalmente, Rubio também seria uma escolha ideologicamente coerente. Não pertencendo a nenhuma franja limitada do Partido Republicano, como o libertário Rand Paul ou o cristão Evangélico Mike Huckabee, o senador da Florida é um conservador que agrada ao Tea Party ao mesmo tempo que consegue atrair alguns eleitores mais moderados. É certo que é mais conservador do que o nomeado republicano tradicional, mas, numa época em que o GOP guinou à direita, isso não é propriamente algo de surpreendente.
Contudo, até ao momento, Rubio não tem confirmado o seu potencial e os seus números nas sondagens não têm sequer conseguido atingir os dois dígitos.Ainda assim, nada está ainda perdido para Marco Rubio que tem ainda tempo para se assumir como um dos favoritos a obter a nomeação. Para o fazer, é imperioso que recorde aos eleitores republicanos (normalmente pragmáticos na escolha do seu nomeado), que, caso seja nomeado, seria uma escolha fortíssima para derrotar os democratas quando chegar o dia 8 de Novembro de 2016.

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